Artesanato:
Olaria:
A indústria do barro está há muitos anos ligada a Miranda do Corvo, tendo tido grande incremento nos séculos XVI e XVII.
A arte de trabalhar o barro tem sobrevivido ao longo dos anos, tendo assumido, até há pouco tempo, grande importância no tecido económico do concelho. Hoje em dia assiste-se ao desaparecimento dos artesãos, tendência que necessita de ser contrariada para preservação de valores históricos e artesanais associados.
A grande proliferação de oleiros estava associada à produção de produtos que, há alguns anos atrás, faziam parte do dia-a-dia das pessoas e que atualmente são mais utilizados como decoração. Referimo-nos, por exemplo, ao cântaro que era utilizado para transportar água das fontes ou à bilha que mantinha a água fresca. Mas essencial na produção do oleiro era a caçoila, de barro vermelho ou preto, recipiente necessário para a confeção da chanfana e da sopa de casamento.
Se na segunda metade do séc. XVII os núcleos residuais dos oleiros na vila eram locais na periferia da povoação, existindo um grande número destes artífices, a partir do séc. XVIII a «indústria» começou a decair e os oleiros deixaram a vila, onde no início a indústria floresceu, para se abrigarem nos arrabaldes – Bujos, Espinho e Carapinhal.
A pesquisa que Belisário Pimenta realizou, indicia que o oleiro era uma figura socialmente prestigiada e letrada, ocupando cargos e funções de relevo no dia-a-dia da sociedade local, podendo ter tido, a sua deslocação para os arrabaldes, origem na desvalorização social do ofício, por este não encaixar na categoria dos ricos e ociosos, ou pelo facto da ascensão social ter conduzido ao abandono da atividade por muitos oleiros. A arte terá ficado apenas para os mais modestos, os periféricos.
Os oleiros, antigos elementos de alguma proeminência social, decaíram até à modesta condição que gozam hoje.
Coimbra, assumiu-se sempre como o principal centro de venda dos artefactos de olaria, tendo aquela ficado associada à olaria e à criação do asado – atributo indispensável da imagem corrente da Tricana -, do cântaro, do púcaro de Coimbra, celebrados pelos artistas e etnógrafos, que perderam assim a sua verdadeira origem.
Oleiros:
Quirino José Fernandes Ferreira
Carapinhal
3220-200 Miranda do Corvo
Telefones: 239 532 829
Email: olaria.ferreira@gmail.com
Faustino Fernandes
Rua dos Lameiros, Carapinhal
3220-054 Miranda do Corvo
Telefones: 239 533 897 | 914 644 872
Fausto Sousa
Rua Principal, Retorta
3220-238 Miranda do Corvo
Telefone: 935 458 904
Email: sousafausto@gmail.com
Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais
Parque Biológico da Serra da Lousã
Quinta da Paiva
3220-154 Miranda do Corvo
Telefone: 239 538 444
A Latoaria
A Latoaria é a arte e o ofício do latoeiro, o artesão que produz, repara e recondiciona artefactos produzidos em metal, particularmente a lata, a folha-de-flandres, a folha de zinco, a folha de alumínio e a chapa zincada. A cor e brilho tosco do latão são muito apreciados pelos amantes do estilo rústico.
A latoaria que era muito utilizada para fabrico de vários tipos de peças utilitárias e decorativas, tais como funis, almotolias, alcatruzes candeeiros de azeite, ladras e outras mais, é uma atividade desenvolvida, hoje em dia, apenas por um artesão local.
Esta atividade artesanal entrou em decadência devido ao aparecimento de outras matérias-primas, como por exemplo o plástico, assim como ao facto de terem caído em desuso alguns objetos.
Latoeiro
Afonso da Silva
Contactos:
Rua Doutora Rosa Falcão 67
3220-216 Miranda do Corvo
Telefone: 239 532 279
A Tecelagem
O tipo de tecelagem característica de Miranda do Corvo é a “Tecelagem de Almalaguês”, cujo nome advém da localidade vizinha de Miranda.
Trata-se de uma tecelagem bordada em puxados e executada originalmente em linho, o qual deu, nos dias de hoje, lugar ao algodão. São reproduzidos os mais diversos motivos naturais ou geométricos estilizados.
O tipo de tear utilizado é semelhante aos teares persas, consubstanciando a ideia de a tecelagem ter sido introduzida no país pela presença árabe.
Trata-se de um tear horizontal, com dois pares de liços e pedais, em que o pano tecido vai enrolando no órgão mais próximo do tecelão.
O trabalho de tear é complementado ainda com instrumentos como a dobadoira, o caneleiro, o restelo, a urdideira, a burra e a espadilha, que não fazendo parte do tear, intervêm de modo significativo na execução das tarefas preliminares da tecelagem.
Tecedeiras
Tecedeiras
Maria Amélia Carvalho
Contactos:
Rua do Cabeceiro n.º 98, Moinhos,
3220-145 Miranda do Corvo
Telefone: 919 657 075
email: carvalholita@sapo.pt
Isabel Rodrigues Pereira
Contactos:
Rua do Bacelo – Pereira
3220-232 Miranda do Corvo
Telefone: 917 311 881
email: tearetrapos@gmail.com
Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais
Contactos:
Parque Biológico da Serra da Lousã
Quinta da Paiva
3220-154 Miranda do Corvo
Telefone: 239 538 444
email: parquebiologicoserradalousa@adfp.pt
A cestaria é uma atividade artesanal atraente e de grande destreza manual que desenvolve, ao mesmo tempo, o espírito de observação e o sentido do tacto.
Esta arte que consta do entrelaçamento de matérias-primas de origem vegetal (castanho, acácia, vime e outros) está quase extinta no concelho, pois com o acentuado decréscimo da atividade agrícola, também esta forma de artesanato entrou em franco declínio, já que era aquela que absorvia quase toda a produção cesteira.
Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais
Contactos:
Parque Biológico da Serra da Lousã
Quinta da Paiva
3220-154 Miranda do Corvo
Telefone: 239 538 444
email: parquebiologicoserradalousa@adfp.pt